Como seus amores são belos,minha irmã, noiva minha. Seus amores são melhores do que o vinho, e mais fino que os outros aromas é o odor dos teus perfumes. Por isso Eu quero consumir meus dias, no seu amor! ══════ ღೋ♡✿♡ღೋ═══════

Ani Ledodi Vedodi Li


Mais do que qualquer outro motivo, esta é a razão pela qual quero fazer deste blog um caminho para amarmos mais a Deus, por isso seu nome: “Ani Ledodi Vedodi Li”

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Deus o Abençõe !

E que possas crescer com nossas postagens.

É algo louvável esconder o segredo dos Reis; mas há glória em publicar as obras de Deus!

A Igreja não tem pressa, porque ela possui a Eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu.

Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas.

E eu sei quanto resisto a escolher-te.

"Quando sacralizamos alguém essa pessoa permanece viva para sempre!"

Sacralize cada instante de tua vida amando o Amado e no Amado os amados de Deus !


Pe.Emílio Carlos

sábado, 12 de janeiro de 2013


 "NO AMADO DO PAI, SOMOS TODOS FILHOS!"   

O Homem, feito a imagem e semelhança de Deus, é chamado a viver a vocação plena do amor, para atingir o auge da sua existência, superando seus limites. Deus o fez para grandes conquistas e o revestiu com a sua força. 
Jesus Cristo é o primogênito das criaturas, ao encarnar-se em nosso meio, ele aceitou o desafio de ir à frente da humanidade para mostrar o caminho, nesse itinerário cheio de desafios como a trilha de Indiana Jones, que requer do aventureiro muita habilidade, prontidão e persistência.
No evangelho desse Domingo do Batismo do Senhor, Lucas apresenta-nos o Filho Amado do Pai, Aquele com quem o Pai se alegra,  aquele que está pronto para o confronto definitivo com as forças do mal. 
O Antigo Testamento é todo esse longo tempo de preparação, de exercício e treinamento, o homem é estimulado e encorajado por Deus para o combate e a vitória, Deus lhes empresta sua coragem e sua força, presente no seu espírito, que se apodera daqueles que ele chama, profetas e reis, juízes, nenhum deles agiu sozinho mas deixaram-se conduzir pelo Espírito de Deus.
Mas é em Jesus de Nazaré que todas as promessas serão cumpridas, é ele o verdadeiro ungido do Senhor, o Servo escolhido, o predileto e amado, aquele que não sucumbirá diante do mal, mas será persistente e fiel até que todo mal seja aniquilado e o Reino impere por todo sempre. 
É este homem forte, perfeito e santo, preparado para a missão, sem tremer ou vacilar, é o Jesus que emerge das águas após receber a força do Espírito Santo e ouvir a voz do Pai que o confirma – “Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu bem querer”.
Ele é mais forte do que João e todos os profetas que o anunciaram, ele é mais Poderoso que todos os reis que governaram o Povo de Israel, simplesmente não porque fala em nome de Deus, mas porque é o próprio Deus, que em Jesus vem dar a cada homem o seu espírito de força, coragem, determinação, empenho, ou seja, ele restituiu a cada homem aquilo que Adão havia perdido, resgatando a humanidade do fracasso, direcionando para a vitória, mudando o rumo da trajetória humana, e tudo começa no dia do nosso Batismo...
O Batismo penitencial de João era apenas um sinal exterior, que mostrava a vontade e o desejo que o homem tinha, de mudar de vida, o Batismo de Jesus, é o momento em que Deus se abre para esse homem que demonstra ter consciência do seu erro e fracasso, Deus se inclina para ouvir este homem que agora quer vencer, e ao chamar a Jesus de Filho amado, Deus esta dizendo a todo homem, que ele aprova essa decisão tomada, e que mais do que isso, ele colocará nas entranhas do homem o poder do seu Espírito, a força poderosa que conduzirá o homem á vitória.
Mas o Batismo de Jesus, além de tudo isso, tem um significado ainda mais profundo, ele caminha à frente de todos os batizados, e como aquele companheiro mais velho do  grupo de adolescentes, Ele afirma com muita propriedade, que agora o homem está realmente preparado para o confronto, pois ao ser ungido, ele também nos ungiu e nos capacitou dando-nos todos os dons necessários para atingirmos nosso objetivo que é alcançar a vida plena, pois, embora por adoção, nós também somos em Cristo, os Filhos e filhas amados, com quem Deus se alegra, e o Batismo é o dia em que Deus, oficialmente reconhece cada homem como seu Filho....

Mistério do batismo

Hoje é um dia para dar graças a Deus pelo dom do nosso batismo. Você se lembra do dia, mês e ano em que foi batizado? É importante: foi o dia do seu nascimento para Deus, para a vida sobrenatural. Com a mesma alegria com que celebramos o nosso aniversário, deveríamos celebrar também o nosso aniversário batismal, e ainda com maior solenidade. Lá fomos regenerados, o pecado foi destruído, fomos transformados em filhos de Deus e em membros da Igreja.
No nosso caso está claro, mas, e no caso de Cristo? Consta pelo Evangelho que acabamos de escutar que ele também foi batizado. Contudo, ele não tinha pecado, é o Filho de Deus e o Fundador da Igreja. Ora, o seu batismo tem algum sentido? Ou será que devemos admitir que existia algum pecado em Jesus? É uma verdade de fé que Cristo não teve nenhum só pecado. Já Santo Ambrósio, diante dessa dificuldade, respondeu que o Senhor foi batizado, não para ser purificado, mas para purificar as águas nas quais seríamos batizados.
Além do mais, no batismo de Cristo vemos a estrutura fundamental do batismo da Igreja: água, presença das três Pessoas da Trindade, alguém que batiza e alguém que é batizado. 
Essa estrutura seria posteriormente desenvolvida na tradição litúrgica da Igreja, guiada pelo Espírito Santo, com diversos ritos que ajudam a dar um maior entendimento do que está acontecendo misteriosamente enquanto se realizam os gestos externos de passar pela água ouvindo do ministro sagrado a invocação do Pai e do Filho e do Espírito Santo. 
No entanto, o essencial, que aparece em todos os ritos litúrgicos, já se encontra no batismo de Cristo no Jordão e no mandato de Mt 28,19 (“batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”): o batismo se realiza com água em nome das três Pessoas da Trindade e há sempre alguém que o administra (bispo, presbítero ou diácono) e alguém que o recebe (sujeito do sacramento); pelo menos esta é a maneira ordinária de batizar ou de ser batizado.
Todos os mistérios da vida de Jesus são salvadores, o batismo no Jordão também; Jesus é o único Salvador de todo o gênero humano. No mistério do seu batismo, o Senhor santifica as águas nas quais seríamos sepultados em sua morte e vivificados em sua Ressurreição, este evento também é a “manifestação (Epifania) de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus” (Catecismo, nº 535).
Assim como pelo contato do madeiro, as águas amargas de Mara se tornaram doces (cf. Ex 15,22-27), assim também pelo madeiro da Cruz e pelo passar de Cristo por aquelas águas do Jordão, elas se tornaram capazes de lavar os nossos pecados; elas são a partir desse momento signos da ação eficaz de Deus quando a elas se assomam os nomes das Pessoas divinas.
Fomos batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, fomos batizados “no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). Não necessitamos, portanto, depois do nosso batismo, um “batismo no Espírito Santo”, o que nós necessitamos é ser dóceis à ação do Espírito Santo nas nossas almas. Quando isso acontece, quando nos despertamos para a ação de Deus através da fé e da conversão, da volta aos sacramentos, da escuta da Palavra de Deus, se dá o que nós chamamos “efusão do Espírito Santo”. É como se o Espírito Santo, que está em nós pelo batismo, não encontrasse uma maneira de atuar porque nós, pela dureza do coração, não permitimos. Por outro lado, qualquer pecado grave expulsa o Espírito Santo das nossas almas, daí a importância da confissão sacramental e de constantes efusões do Espírito Santo. Tudo é graça! É preciso que recebamos essas graças com espírito de fé e agradecimento.
De fato, os “mysteria baptismatis”, expressão herdada dos Padres da Igreja que quer dizer “mistérios do batismo”, incluíam sempre para os mesmos Padres os Sacramentos do Batismo e da Confirmação, mostrando assim a grande unidade entre o Batismo e a doação do Espírito Santo. Hoje em dia, a Igreja administra o Sacramento do Batismo e o da Confirmação em celebrações distintas e, contudo, continua manifestando essa unidade ao ungir o batizando com o óleo do crisma à espera do momento em que será crismado.


O BATISMO DO SENHOR

AT (Lc 3, 15-16.21-22)

INTRODUÇÃO: O testemunho de João, o Batista, é duplo: Primeiro ele afirma o que não é para depois apontar que é a voz que prepara o que realmente importa e que deve iniciar o tempo futuro,o tempo do Senhor. Porém temos além do testemunho humano de João o testemunho do próprio Deus. A voz veio após a abertura do céu e em forma corporal, o Espírito posou sobre Jesus que recebeu o batismo de João. A voz de João era de preparação e conversão. A voz do Espírito de Deus e sua presença foi um consequência dessa preparação e dessa humilde confissão. Também em nós é necessária essa conversão que o evangelho chama metanoia para que o Espírito habite dentro de nós.

NEGATIVA DE JOÁO: Estando, pois, em expectativa [prosdoköntos<4328>=existimante] a multidão, e meditando [dialogizomenön<1260>=cogitantibus] todos em seus corações sobre o João, se não era ele o Cristo (15), respondeu o João a todos dizendo: Eu certamente vos batizo [baptizö<907>=baptizo] em água; vem, porém, o mais forte [ischuroteris<2478>=fortior]do que eu do qual não sou digno de desatar [lusai<3089>=solvere] a correia [imanta<2438>=corrigia] das sandálias. Ele vos batizará em espírito sagrado [agiö<40>=sancto] e em fogo (16). Existimante autem populo et cogitantibus omnibus in cordibus suis de Iohanne ne forte ipse esset Christus. Respondit Iohannes dicens omnibus ego quidem aqua baptizo vos venit autem fortior me cuius non sum dignus solvere corrigiam calciamentorum eius ipse vos baptizabit in Spiritu Sancto et igni.  

EM EXPECTATIVA: A frase grega é um particípio de presente do verbo Prosdokaö como significado de estar a espera de, ou na expectativa. Eram os tempos em que Israel esperava o Rei-Messias como Salvador. Lucas usa um termo geral, falando das suposições e rumores da época. João, testemunha dos fatos e que foi discípulo do Batista, concretiza mais a pergunta e por ele, sabemos que a pergunta foi feita de modo formal por sacerdotes e levitas, especialistas em questões de purificação ritual, da classe dos fariseus ( 1, 19-25). Tenhamos em conta que João, o Batista, era filho de um sacerdote e que os levitas eram geralmente os guardas do templo. A pergunta era dupla: Quem és tu? E qual o teu direito para batizar? A reposta de João indica que os judeus, na época, esperavam três eventos em particular: um ou vários Messias, Elias de volta, e um profeta.

PRIMEIRA OPÇÃO: O Messias era o título de um rei davídico esperado na época. Elias porque também era esperado como precursor. Finalmente o profeta, pois era voz comum que com o Messias proposto por Malaquias em 3, 1 e 23, viria Elias, o profeta: Os envio o meu mensageiro(…) e vos enviarei  Elias, o profeta, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor. Do texto, podemos deduzir que a vinda do Messias (o mensageiro) era um ato de juízo divino, pois o dia do Senhor é como anteriormente demonstramos (ver comentário 1o Domingo do Advento no Dia do Senhor) um dia terrível. Isso mesmo afirmará o Batista ao afirmar quem vos ensinou a fugir da ira que está por vir?(Lc 3,7). Sabemos que a  PALAVRA Massiyah significa ungido (lambuzado) com óleo, traduzida ao grego por Xristós ou Cristo. A palavra sai 40 vezes no AT. Inicialmente, o Ungido era o sacerdote, como podemos ver no livro do Levítico. Logo, passou a designar o Rei, nos livros de Samuel, Crônicas e Salmos; algumas vezes o povo de Israel (1 Cr 16,22 e Sl 105, 15) e, unicamente, em Is 45,1 é Ciro, o ungido ( como para designar que devia ser respeitado como rei de Israel?). Finalmente, a palavra Messias tem em Dn 9, 25-26 um significado no NT, que é o de Xristós grego, empregado por João em 1, 41. Segundo a profecia de Natã “Tua casa e tua realeza serão para sempre estáveis diante de ti, e teu trono, confirmado para sempre”(2 Sm 7, 10). Por isso, o Messias, como ungido do Senhor, viria quando o rei de Israel não fosse de origem davídica. E, precisamente, estes eram os tempos. O Messias seria um rei que administrasse justiça, governasse todos os homens e seria a salvação do povo.

AS OUTRAS DUAS OPÇÕES são também rejeitadas por João, o Batista. Vejamos: SERIA ELIAS? Seu nome significa cujo deus é Jahveh. Elias foi o restaurador do javismo ao exterminar os profetas dos “Baalim” no monte Carmelo (1 Rs cap 18). Milagroso e solitário, vestia uma túnica  feita de pelos com os lombos cingidos com um cinto de couro (2 Rs 1,8) à semelhança do Batista. Sua vida não terminou com a morte comum, mas foi elevado ao céu num carro com cavalos de fogo (2 Rs 2, 11). Devido a este último sucesso, os judeus esperavam sua volta nos tempos messiânicos (Ml 4,5). Jesus identifica Elias com o Batista(Mt 11, 12-14) O próprio João o nega em sua humilde confissão.

O PROFETA? A palavra significa aquele que fala em nome de Deus. Em hebraico é geralmente usada a palavra NAVI  em plural naviim. De Aarão diz-se que era o profeta de Moisés (Êx 4, 10-16). Este terceiro personagem, esperado nos tempos messiânicos, era sem dúvida devido às palavras de Moisés em Dt 18, 17-22 : ”Um profeta como tu suscitarei do meio de teus irmãos’. João nega também esta suposição que aparece implícita nas palavras de Jesus: (Mt 11, 9-10) louvando a figura do Batista. É mais que um profeta porque não unicamente revela a palavra, mas a pessoa que é a mesma palavra de Deus.  

A VOZ: João justifica sua norma de atuação declarando que é a voz que brada no deserto, como disse o profeta Isaías (40, 3-4 ). A finalidade dessa voz era preparar os caminhos para o Senhor. Uma volta dos corações dos filhos à crença dos pais  e conduzir os rebeldes a pensar como homens honestos a fim de formar um povo digno do Senhor (Lc 1, 17). Em definitivo, um reformador do verdadeiro Javinismo, como foi Elias, o profeta.

O BATISMO DE JOÃO: Eu vos batizo em água: Batizo, ou melhor, seria submergir em água. No grego clássico havia dois verbos para indicar um mergulho em água: BaptoBaptizo. O médico Lisander que viveu perto do ano 200 aC os distingue perfeitamente: para fazer picles deve primeiro mergulhar (bapto) o vegetal em água fervente e depois submergi-lo (baptizo) em vinagre. Desse modo o batismo não deve ser um ato casual, mas um processo permanente. É uma conversão e, portanto, significa uma mudança continuada. Lucas fala da mudança que João exige do povo comum, dos coletores de taxas e dos policiais. Isso entre os judeus. Para os gentios é só abrir as páginas de Paulo aos romanos  em 1, 25-31 para ver em que devia consistir a methanoia [conversão] entre eles. O batismo, segundo Paulo, é para se despojar do velho homem, corrompido com concupiscências enganosas, para se vestir do homem novo, criado segundo Deus em justiça e retidão, procedentes da verdade (Ef 4,22-24). Podemos afirmar que, diante destas reflexões, os batizados são menores que os lavados pela água inicial.

O MAIS FORTE: João acrescenta um ponto final: Virá um mais forte (maior) do que ele do qual não é digno de levar as sandálias, como escravo. AS SANDÁLIAS: O Hypodema grego (atado em baixo literalmente; em latim calceamentum)  indica qualquer tipo de calçado, especialmente uma sola de couro, casca de palmeira ou caniço, na planta dos pés que era depois  atada com correias de couro (o imas grego, em latim corrigia). Esse calçado era usado para as viagens ou trabalho da lavoura da terra. Era próprio da mulher ou do escravo mais humilde receber o dono após voltar de uma viagem, desatar os cordéis das sandálias e lavar seus pés. Esta lavagem se fazia sempre que um hóspede entrava numa casa para um banquete (Gn 18,4 e Lc 7,38). Jesus lavou os pés dos discípulos antes da última ceia (Jo 13, 5). Na igreja primitiva, as viúvas lavavam os pés dos santos (=cristãos)( 1 Tm 5, 10). Compreende-se o costume pela razão de que os comensais se deitavam praticamente no chão sobre travesseiros, para os banquetes, entre os quais devemos incluir a Ceia do Senhor (1 Cor 11,20). O Batista se rebaixa até dizer que, como servo, nem é digno de fazer o que o último dos tais faria ao seu senhor.

EM ESPÍRITO SANTO E FOGO: Ou seja, uma imersãono espírito divino [pneumati agiö] em que os profetas e os homens santos escolhidos por Deus estavam habitualmente imersos, ao mesmo tempo que uma simbólica purificação pelo fogo, ou seja a máxima pureza que um metal podia obter através de métodos de limpeza de escórias e contaminações. Logicamente, o Batista não conhecia a ação do Espírito como terceira pessoa da Trindade; mas nós temos textos de Qumrã que ele poderia conhecer, e que dizem: “Então (quando aparecer para sempre a verdade sobre a terra) Jahvé purificará em sua verdade todas as ações do homem e depurará (por meio do fogo) para si, o corpo de cada um; a fim de eliminar todo espírito de iniquidade de sua carne e limpá-lo pelo espírito de santidade de todos os atos de impiedade. E ele derramará sobre o homem o espírito de verdade como água lustral”.( água obtida pela imersão de um tição aceso trazido do altar dos sacrifícios ). No AT existiam várias lavagens com água que se consideravam ritos, e numa delas misturavam-se cinzas do sacrifício como é o caso da novilha vermelha para a água purificadora da oferta pelo pecado (Nm 19, 9). Era o chamado Korban para Aduma (sacrifício da vaca vermelha) em que se prescreve a Juka (estatuto) da Torah (lei) como uma coisa especial, embora não se saiba o porquê de uma vaca vermelha. Talvez por representar a cor do sangue da menstruação feminina que constituía com a morte a principal causa de impureza. O fogo era também instrumento de purificação (Nm 31,23) O mensageiro do Senhor purificará como o fogo do ourives e a potassa dos lavandeiros. Purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata (Ml 3,2-3).Qual acrisolador te estabelecerei entre o meu povo…em vão continua o depurador porque os iníquos não são separados (Jr 6, 27-29). Com estes textos do AT podemos deduzir que, sem dúvida, o batismo ao qual se referia João era um batismo de purificação. O dele era em água lustral para preparar o batismo mais completo do Messias, que apresentava duas partes diferentes: 1a). A parte principal era o espírito novo a receber os que se submergiam no novo batismo de verdade e santidade. 2a) Ao mesmo tempo pelo batismo em fogo referia-se João a esse sinal de contradição (Lc 2, 34) que foi a vinda do Messias, e que imediatamente expressará com o símbolo da pá para separar bons e maus. É o batismo na ira divina. Por isso no início clamará: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? O Batismo do Messias era, pois, uma imersão no espírito divino da verdade para quem estivesse preparado pela mente da conversão, ou no fogo destruidor para quem não tivesse preparado o caminho da verdade, que não se admite sem uma pureza de mente e limpeza de sentimentos. A alusão ao Batismo sacramental é como diz um autor, um estágio tardio (o 3o) da tradição, uma vez sabida a força do Espírito Santo em Pentecostes.

BATISMO DE JESUS: Sucedeu, pois, que ao ser batizado todo o povo, também Jesus sendo batizado e orando, foi aberto [aneöchthënai<455>=apertum] o céu (21), e desce o Espírito, o Divino [agion<40>=sanctrus], em forma corporal [sömatikös<4984>=corporali] como pomba sobre ele e uma voz do céu surgir dizendo: Tu és meu filho ,o dileto [agapëtos<27>=dilectus em ti me agradei.[ëudokësa<2106>=conplacuit] (22). Factum est autem cum baptizaretur omnis populus et Iesu baptizato et orante apertum est caelum, et descendit Spiritus Sanctus corporali specie sicut columba in ipsum et vox de caelo facta est tu es Filius meus dilectus in te conplacuit mihi.  

A EPIFANIA: Usando os tempos do verbo de modo correto, podemos traduzir: e aconteceu que quando Jesus foi batizado e estando em oração;o primeiro é um passado e o segundo um presente. Houve, pois dois tempos diferentes. Uma vez batizado (em latim Jesu baptizato), e estando orando (orante) é quando se abriu o céu, ou seja, a abóbada  ou teto arqueado [o firmamento do Gênesis] do qual pendiam as estrelas e que segurava as águas superiores, separando o terceiro céu, morada esta do Altíssimo. Esse abrir-se indica um relâmpago (Deus é luz) com o correspondente trovão, como descreve João evangelista a voz da epifania aos gregos (Jo 12, 28). Testemunha deste sucesso extraordinário foi o Batista, porque como ele afirmou em testemunho: tenho visto o Espírito descendendo como uma pomba do céu e permaneceu sobre ele (Jo 1, 32). Esse Espírito será sagrado [agios] para Lucas e será o Espírito, o de Deus (sic) para Mateus. Em nenhum caso se afirma taxativamente que era figura de pomba ou como pomba, mas que a sua descida era suave como a de uma pomba que está  pousando.  

A VOZ: Tu és o meu Filho, o amado, em ti encontrei satisfação. O adjetivo, o amado, é propriamente um epíteto, um cognome que o distingue perfeitamente dos outros filhos  e estabelece uma relação especial entre Jahveh e Jesus, acrescentada por que em Ti tenho meu agrado, que poderíamos traduzir por em ti encontro meu enlevo, tu és minha maravilha, o desejo cumprido de meus planos. Seria esta a tradução direta do texto hebraico de Is 42,1 : “Aqui está meu servo a quem protejo; meu escolhido em quem minha alma se agrada. Pus nele meu espírito para que traga a justiça às nações”. Porém o texto grego diz: Jacó, meu servo, eu o assistirei; Israel, meu escolhido, eu o aceitei. Não obstante, Mateus traz uma versão em 12, 18  citando o profeta Isaías que confirma um texto grego próximo ao hebraico original: “Eis o meu servo [pais] (em grego pais significa filho ou servo) a quem eu escolhi, o meu bem amado [agapetos] em quem se alegrou minha alma. Sobre ele porei o meu Espírito e ele anunciará o julgamento às nações”. Com isso o filho se transforma em servo. O servo de Jahveh e a sua incumbência será proclamar um juízo às nações ou uma sentença contra os gentios. Se comparamos o texto de hoje com os outros dois das epifanias evangélicas, o do Tabor (Lc 9, 35;Mt 17,5 e Mc 9,7) e o do João 12, 28, vemos como o Filho é louvado e agrada plenamente o Pai por se transformar em servo (escravo)(At 3, 13) e vemos como o servo (Maria e Israel, Lc 1,54) se transforma em filho precisamente pela sua obediência, e assim agrada plenamente o Pai.  Ver Jo 15, 10.

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